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POLÍTICA

Condenada por improbidade, Maquivalda Barros tenta apagar passado com ataques à atual gestão em Parauapebas

Quem a vereadora quer enganar? Maquivalda critica hoje o que sempre se calou no passado. Tenta posar de guardiã da moralidade, mas carrega consigo condenação e suspeita de corrupção. Pode uma figura com esse histórico representar legitimamente a fiscalização dos recursos públicos?

A vereadora oposicionista Maquivalda Barros (PDT), de Parauapebas, sudeste do Pará, tem se apresentado como voz ativa na crítica à atual gestão do prefeito Aurélio Goiano, marcada por altos índices de aprovação popular. Contudo, a atuação da parlamentar chama atenção não apenas pelas denúncias que tenta levantar, mas sobretudo por seu histórico político-administrativo — e pelos interesses que parecem estar por trás de seu discurso.

Maquivalda, esposa do ex-vereador e atual deputado estadual Ivanaldo Braz (PDT), aliado próximo do ex-prefeito Darci Lermen (MDB), não é figurinha nova no álbum da política local. Durante os oito anos da gestão Darci, marcada por escândalos de corrupção, superfaturamento de obras e operações policiais, seu nome foi ausente de qualquer denúncia pública. Ela até chegou a ocupar o posto de secretária municipal de Habitação na malfadada gestão Valmir, em 2015. Mas por que só agora a parlamentar demonstra preocupação com a gestão de recursos públicos na Capital do Minério?

A resposta pode estar em sua própria certidão judicial. Maquivalda foi condenada por improbidade administrativa pela Vara da Fazenda Pública de Parauapebas. A decisão judicial aponta que, quando titular da Secretaria de Habitação, ela foi responsável por conduzir a Concorrência 03/2015-SEHAB para a construção de um sistema de esgoto no Vale do Sol, cujo contrato passou de R$ 4 milhões para mais de R$ 5 milhões com aditivos considerados indevidos. A obra jamais foi concluída.

Segundo o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), que moveu a ação, houve superfaturamento, simulações contratuais e direcionamento da licitação para beneficiar a empresa Mundi Sustentabilidade Negócios Eireli. As investigações revelaram ainda falhas técnicas, formação inadequada de preços e usurpação de função pública por parte de servidores.

A sentença foi dura: Maquivalda foi condenada, solidariamente com outros réus, à devolução de R$ 3.351.473,59, corrigidos pelo IPCA e acrescidos de juros legais. Além disso, teve seus direitos políticos suspensos por 14 anos, recebeu multa civil proporcional ao valor do dano e ficou proibida de contratar com o poder público nesse período.

Mesmo diante desse histórico, a vereadora tenta hoje vestir o colete de fiscalizadora da atual gestão, utilizando denúncias genéricas e acusações sem comprovação concreta, quase sempre repercutidas apenas em suas redes sociais. Seria essa postura uma tentativa de desviar o foco de sua própria ficha política e jurídica?

Informações divulgadas pelo site Gazeta Carajás em março passado indicam que Maquivalda Barros e Ivanaldo Braz são alvos de suspeitas em um novo esquema de corrupção investigado pela atual gestão municipal. Segundo fontes que pediram anonimato, auditorias fiscais em andamento desde janeiro revelam indícios de que o casal teria participação direta em um esquema milionário de desvios de recursos públicos, ainda vinculado à gestão Darci Lermen, da qual ambos fizeram parte ativa.

A reportagem da Gazeta aponta que as apurações devem seguir nos próximos meses e que novos desdobramentos podem vir à tona, aprofundando o envolvimento de Maquivalda e Braz em práticas lesivas ao erário.

Diante desse panorama, a pergunta que se impõe é: quem Maquivalda quer enganar? A vereadora critica hoje o que sempre se calou no passado. Tenta posar de guardiã da moralidade, mas carrega consigo condenação e suspeita de corrupção. Pode uma figura com esse histórico representar legitimamente a fiscalização dos recursos públicos? Ou estaria utilizando o mandato como escudo político?

Os próximos capítulos devem esclarecer o que hoje já parece evidente: quem tem telhado de vidro, não deveria atirar pedras. Uma lição, aliás, bíblica.

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