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ILUDIU A POLÍTICA

Derrotado nas urnas, Chamonzinho fica marcado como o maior estelionatário eleitoral em Marabá

Candidato do MDB sai dessas eleições com o título de maior estelionatário eleitoral, não por ter perdido nas urnas, mas por ter enganado e iludido tantas lideranças que confiaram em seu projeto de poder, acreditando em promessas que jamais serão cumpridas. Vitória acachapante de Toni Cunha (PL) no último domingo escancara o declínio do projeto de dominação da família Chamon em Marabá e região. Derrota também é preocupante para Helder Barbalho

A eleição municipal em Marabá teve um desfecho claro: Toni Cunha (PL) foi eleito prefeito com 51,08% dos votos, consolidando uma vitória que já vinha sendo sinalizada tanto pelas pesquisas quanto pelo sentimento nas ruas. O Portal Carajás Notícias vinha revelando bastidores da disputa e o sentimento de terra arrasada, nas duas semanas que antecederam o pleito, no QG de campanha de Chamonzinho, que chegou até a quebrar objetos no local. O candidato do MDB, que até então liderava um projeto político ambicioso e cercado de promessas, saiu das urnas com uma derrota aterradora, ficando 23.254 votos atrás de Toni Cunha.

Com 69.666 votos, Toni Cunha derrotou com facilidade Chamonzinho, que obteve 46.412 votos (34,03%). Chamonzinho, que liderava uma coligação composta por nove partidos e uma federação, além de contar com o apoio de figuras políticas poderosas como o governador Helder Barbalho e o prefeito Tião Miranda, tinha à sua disposição o maior tempo de TV (mais de 50%), mais recursos e uma ampla estrutura de campanha. Ainda assim, todo esse aparato político não foi suficiente para garantir a sua vitória.

Toni Cunha venceu uma campanha limpa e propositiva, sem prometer lotear a Prefeitura: comemoração da vitória aconteceu com uma mega carreata pela cidade e um grande ato na Praça Duque de Caxias

Chamonzinho se projetou como um candidato competitivo, com promessas grandiosas de cargos, contratos e posições de poder para quem se juntasse ao seu projeto. Ele conquistou o apoio de empresários, produtores rurais, lideranças religiosas (pastor Sales Batista, da Assembleia de Deus Missão, por exemplo) e comunitárias, todos na esperança de obter vantagens e espaços privilegiados em seu eventual governo. No entanto, com a derrota, essas promessas se esvaziaram, e o que antes parecia um caminho de certezas agora se mostrou uma grande ilusão. Chamonzinho foi o maior estelionatário eleitoral dessas eleições, iludindo milhares de lideranças com promessas que não poderá cumprir.

O desgaste na campanha de Chamonzinho já estava evidente nas últimas semanas. Relatos apontavam que o clima interno era tenso e que até o prefeito Tião Miranda, seu aliado, admitiu a interlocutores que o candidato “foi para o saco”. O esforço final de Chamonzinho para reverter a maré contra ele foi o grande anúncio da desapropriação do núcleo São Félix, feito junto com o governador Helder Barbalho, mas a Justiça barrou a utilização desse ato como estratégia eleitoreira e o tiro “saiu pela culatra”. O Ministério Público Eleitoral, por meio das promotoras Jane Cleide Silva Souza e Mayanna Silva de Souza Queiroz, classificou a conduta como uma tentativa clara e vergonhosa de captação ilícita de votos.

Meio político ainda se recupera da taca nas urnas no último domingo

A derrota de Chamonzinho foi uma resposta clara da população de Marabá, que mostrou sua força nas urnas. Ele não apenas perdeu a eleição, mas também deixou um rastro de insatisfação entre aqueles que acreditaram em suas promessas. Lideranças que o apoiaram agora se veem abandonadas, sem a contrapartida esperada e sem rumo. Chamonzinho, que apostou tudo na força de sua influência política e no controle que exerce sobre a comunicação na região, agora enfrenta o peso de uma derrota que não afeta apenas o seu futuro político, mas também a confiança de seus aliados.

O candidato do MDB, que chegou a ser o deputado estadual mais votado em 2022 e controla há anos o maior poderio de comunicação do sudeste do Pará (pelo menos no quesito estrutura e alcance), postou apenas uma arte em suas redes sociais agradecendo pelos votos recebidos, sem parabenizar o prefeito eleito Toni Cunha. O Grupo Correio, veículo de comunicação da propriedade de sua família, deu uma nota tímida sobre a eleição, usando uma foto em que o prefeito eleito aparece cabisbaixo, sem qualquer destaque para a vitória de Toni.

Agora, aqueles que acreditaram nas promessas de Chamonzinho estão atônitos, sem direção, aguardando os próximos passos. Para muitos, o que ficou evidente foi a capacidade do candidato de vender sonhos impossíveis de serem realizados. Chamonzinho sai dessas eleições com o título de maior estelionatário eleitoral, não por ter perdido nas urnas, mas por ter enganado e iludido tantas lideranças que confiaram em seu projeto, acreditando em promessas que jamais serão cumpridas.

Com o fim das eleições, a história escrita nas urnas é clara: o povo de Marabá rejeitou Chamonzinho e suas práticas, e agora cabe a Toni Cunha, com 51,08% dos votos, guiar a cidade nos próximos quatro anos.

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