Faltando menos de quatro dias para as eleições municipais, o vereador Ronaldo da 33 (PDT), candidato à reeleição, está sendo acusado de compra de votos, conforme denúncia recebida pelo Portal Carajás Notícias nesta quarta-feira (2). A denúncia, devidamente formalizada junto ao aplicativo Pardal, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alega que o vereador ofereceu R$ 1.000 a uma liderança para cooptar eleitores no Projeto de Assentamento Escada Alta, localizado na zona rural de Marabá, a 40 quilômetros da sede do município e na divisa com São Domingos do Araguaia.
Segundo a denúncia, a prática de compra de votos estaria ocorrendo para influenciar eleitores no dia da eleição. A Polícia Federal, que já está ciente das informações, é esperada para realizar uma operação na casa de Ronaldo da 33, conforme relatado por fontes envolvidas na investigação. Ronaldo da 33 é suspeito ainda de receptar produtos roubados pelo próprio filho.
Ronaldo da 33 é pai de Ronald Mario Lima Araújo, preso em março deste ano pela Polícia Civil sob acusação de integrar uma quadrilha especializada em receptação de cargas roubadas em Marabá. De acordo com as investigações da Polícia Civil, as cargas, que incluíam mercadorias como arroz, eram desviadas e revendidas no supermercado da família do vereador, localizado no Residencial Magalhães, no núcleo São Félix. O estabelecimento estaria sendo mantido com a venda de itens roubados.
A prisão de Ronald Araújo e outros suspeitos, como Antônio Costa Santana, Lucas Ferreira da Silva e Uilame de Souza Santos, ocorreu durante o feriado da Semana Santa, quando foram flagrados pela Polícia Militar. Segundo os próprios suspeitos, Ronald teria comprado a carga roubada por R$ 4 mil. Embora tenha sido conduzido à 21ª Seccional Urbana, Ronald foi liberado após o registro da ocorrência.
As investigações seguem em andamento, e a Polícia Civil continua apurando o possível envolvimento do vereador Ronaldo da 33 na receptação dos produtos.
Operação Voto em Xeque
A Polícia Federal intensificou a investigação sobre crimes eleitorais cometidos em Marabá e deflagrou, nesta quarta-feira (2), uma operação que cumpriu mandados de busca e apreensão nas residências de candidatos a vereador e na Câmara Municipal. A ação está diretamente ligada à apuração de um esquema de compra de votos, com promessa de concessão de benefícios do Cheque Moradia (programa do Governo do Estado) em troca de apoio eleitoral.
Há tempos, a PF vem investigando as atividades ilícitas do grupo, e as evidências acumuladas indicam que a casa está caindo. Os candidatos a vereador Ilker Moraes e Ubirajara Sompré, ambos do MDB, foram os alvos da manhã desta terça. Pela lei eleitoral, os candidatos não podem ser presos, salvo em caso de flagrante delito.
Viaturas da PF foram flagradas em frente às casas dos investigados, e o cerco parece se fechar sobre o grupo político que, segundo fontes, orquestra um esquema robusto de compra de votos para influenciar o resultado das eleições municipais.
