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POLITICAGEM

Diretora da TV Correio faz live sobre mulheres em meio a escândalo de assédio sexual na emissora

Angélika Freitas apresentou live no Instagram supostamente em “defesa das mulheres”, mas ação foi analisada como politiqueira, sem compromisso com a causa das mulheres e em promoção a um candidato homem que tem como assessor de campanha um assediador sexual de mulheres. A incongruência entre o discurso e a prática foi rapidamente notada e amplamente criticada por setores que acompanham as denúncias dentro da TV Correio

A diretora da TV Correio Marabá, Angélika Freitas, promoveu na noite desta quinta-feira (26) uma live supostamente dedicada à defesa das mulheres, ao lado de Irismar Melo — que vendeu a candidatura para Chamonzinho na primeira oportunidade — e Luana Bastos — que vive do erário público. A transmissão, que abordou o “combate à violência de gênero”, levantou uma série de controvérsias. Nos comentários da “live” de Instagram, diversas críticas de usuários da plataforma. Angélika, que conduziu a discussão, enfrenta graves acusações de omissão em casos de assédio moral e sexual dentro da emissora que dirige, o que contrasta diretamente com a imagem que vem tentando criar de “defensora das mulheres”.

A live também contou com a participação de Irismar Melo, ex-candidata que na primeira oportunidade vendeu sua alma em troca de eventuais cargos em uma hipotética e remota gestão de Chamonzinho, candidato a prefeito atrás nas pesquisas de intenção de votos. Luana Bastos, outra participante, também foi criticada por sua proximidade com o governo, sendo apontada como alguém que vive de dinheiro público. Esses fatores aumentaram o tom crítico sobre a autenticidade da iniciativa e levantaram suspeitas sobre as reais intenções por trás da transmissão.

Omissão em Casos de Assédio na TV Correio

Apesar do discurso de Angélika Freitas na live, as denúncias que envolvem a emissora TV Correio Marabá expõem um cenário oposto à defesa dos direitos das mulheres. Casos de assédio moral e sexual vêm sendo relatados por ex-funcionárias e funcionárias que ainda pertencem aos quadros da empresa da família Chamon, e a postura da diretora tem sido marcada pelo silêncio e pela falta de ações concretas para coibir tais práticas.

Um dos principais alvos das acusações é o apresentador Chagas Filho, conhecido por ser uma figura de destaque na emissora e um dos colaboradores mais influentes do Grupo Correio. Ele foi acusado de assediar a ex-colega de trabalho Sarah Maria, que alegou ter sido vítima de apalpamentos e de receber mensagens íntimas indesejadas. Após o ocorrido, Sarah pediu demissão e registrou um boletim de ocorrência contra Chagas Filho. A denúncia foi mais um exemplo de assédio que, segundo relatos, já vinha ocorrendo há algum tempo dentro da empresa, mas permanecia sem qualquer intervenção por parte da diretoria.

Mesmo diante da gravidade do caso e do pedido de socorro de Sarah, a emissora, sob a gestão de Angélika Freitas, não tomou nenhuma providência efetiva. Chagas Filho, que também atua como assessor de imprensa da campanha de Chamonzinho, manteve-se intocável na organização. Sua “relevância” dentro do Grupo Correio parece garantir-lhe uma espécie de imunidade, tanto perante seus superiores imediatos quanto frente à própria diretora-geral, Karine Schuh, também responsabilizada pela falta de medidas contra o apresentador.

Contradições e Questionamentos

A tentativa de Angélika Freitas de se posicionar como defensora das mulheres na live, enquanto negligencia abusos cometidos por um de seus mais próximos colaboradores, levanta sérias questões sobre sua credibilidade e integridade moral. Como uma diretora que se cala diante de atos de assédio pode, simultaneamente, falar em defesa das vítimas de violência de gênero? A incongruência entre o discurso e a prática foi rapidamente notada e amplamente criticada por setores que acompanham as denúncias dentro da TV Correio.

Outro ponto de crítica é o fato de Angélika não apenas trabalhar com Chagas Filho, mas frequentemente dividir com ele o palco dos programas da emissora, mesmo após as denúncias virem à tona. Essa proximidade levanta dúvidas sobre sua disposição de agir em favor das vítimas. Além disso, a escolha das companhias para a live também causou estranheza. Irismar Melo, que recentemente vendeu sua candidatura para apoiar Chamonzinho, e Luana Bastos, acusada de se beneficiar de recursos públicos, são figuras que, para muitos, simbolizam o oportunismo político e financeiro, o que colocou em xeque a seriedade da live e de sua abordagem.

Papel da Diretoria na Omissão

A diretora-geral do Grupo Correio, Karine Schuh, também é acusada de não tomar medidas em relação aos casos de assédio envolvendo Chagas Filho. Sua postura de passividade e proteção ao apresentador reforça a percepção de que há um esquema de blindagem que beneficia figuras influentes, em detrimento das vítimas.

Diante desse cenário, a iniciativa de Angélika Freitas de realizar uma live para debater a violência contra a mulher soa, para muitos, como uma tentativa de autopromoção em meio às críticas. A falta de atitudes concretas no enfrentamento do assédio dentro da própria emissora coloca em dúvida a sinceridade de seu compromisso com a causa que pretende defender.

A incoerência entre discurso e ação torna-se ainda mais evidente à medida que novas informações sobre a proteção de agressores dentro do Grupo Correio vêm à tona. Esse contexto coloca em xeque a legitimidade do evento promovido por Angélika e revela uma desconexão entre as mensagens transmitidas ao público e as práticas internas da empresa.

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